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Scania e MAN vão operar separadas

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Restaurante Bassole

O grupo alemão Volkswagen levou anos para concluir o processo de aquisição de ações e ganhar participação majoritária em dois importantes fabricantes de caminhões e ônibus da Europa – a sueca Scania e a alemã MAN.
A partir de agora, porém, a busca da unificação de processos entre ambos ganha ritmo acelerado e alinha-se à estratégia de tornar-se o maior produtor de veículos do mundo.
Dois meses depois de assumir a presidência mundial da Scania, Martin Lundstedt veio ao Brasil esta semana para participar de reuniões estratégicas. Segundo ele, não está previsto nenhum tipo de integração entre MAN e Scania. “Muitas pessoas falam sobre integração, mas as duas marcas continuarão a atuar completamente separadas e concorrentes”, diz.
Com Scania e MAN, o grupo Volkswagen ganha fôlego na meta de conseguir, até 2018, roubar da General Motors o posto de líder mundial. Segundo Lundstedt, o processo de colaboração entre as marcas se dará em áreas de pesquisa, que envolvem altos custos, e compras de certos componentes, como eixos.
O jeito acelerado do engenheiro sueco de 45 anos, que desde os 20 trabalha na empresa sediada em Södertälje, combina com movimento rápido por meio do qual Martin Winterkorn, principal executivo da Volkswagen, anunciou mudanças no quadro de executivos em várias das marcas do grupo na metade do ano.
Na área de caminhões, a grande mudança foi o deslocamento do principal executivo da Scania, Leif Oestling para a equipe de comando do grupo. O alemão incumbiu Oestling de guiar o processo de cooperação entre as marcas de comerciais leves – Volkswagen, Scania e MAN.
É justamente o lugar de Oestling que Lundstedt assumiu em 1º de setembro. A missão não é nada fácil. Aos 67 anos de idade, Oestling concluiu carreira de 40 anos na Scania. Em mais da metade desse tempo – 23 anos – ele foi o presidente da companhia, destacando-se por sucessivos períodos de rentabilidade.
“Leif é um grande cara e eu sinto-me desconhecido, mas orgulhoso numa posição emocionalmente forte”, diz Lundstedt. “Essa questão parece ser muito mais dramática para quem a vê de fora do que internamente.”
O executivo ainda não visitou a fábrica da MAN em Resende (RJ). Mas sabe pronunciar as palavras “consórcio modular”, nome do sistema de produção adotado naquela linha e que ele aprendeu durante passagem de oito meses pelo Brasil, em 1995.
Àquela época, as exportações tinham peso maior na produção da Scania e hoje é a vez do mercado interno ficar com os maiores volumes. Lundstedt não se abala com a chegada de mais competidores e nem com as regras do novo regime automotivo. “Somos globais e flexíveis, acostumada com a concorrência e a conviver com cenários distintos em diferentes regiões.”
Ele lembra que hoje a Europa, em crise, abastece mercados de exportação que antes pertenciam à fábrica do Brasil, a principal fora da Suécia. Quanto às relações governamentais, ele também não tem do que se queixar: “desde que nos instalamos no país, em 1967, tivemos boas cooperações com governos federais, estaduais e municipais”.
A relação entre Brasil e Suécia é, como ele diz, longa. Ou como lembra depois: “um caso de amor, que começou em 1958, quando o Brasil nos tirou a Copa do Mundo”.

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